quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Uma, duas, três...algumas verdades.

Para quem não soube, uma companheira e trabalhadora (à distância) do nosso Lar sofreu uma perda íntima. A D. Geralda, mãe da Noeme, faleceu dia 03 deste mês. Após as primeiras reflexões sobre o acontecimento surgiu uma carta de desabafo feita por ela. Segue na íntegra:

"Há quase 3 anos atrás, meu pai seguiu para a nossa Pátria definitiva. Em 12/01/2013, seguiu meu irmão em 03/02/2014, minha mãe foi ao encontro deles e tantos outros espíritos familiares, amigos e outros.

Morte, partida, desencarne... seja o nome que der, essa é a única certeza que temos: de que um dia todos nós iremos passar por este momento, seja como o viajor  ou protagonista da situação. O fato é que, a grande maioria de nós não estamos devidamente preparados para esse momento, ou será que estamos? Mas é preciso trabalhar em nós, sem deixar para depois.

O que é trabalhar em nós? Para que?


Cuidar de nosso corpo material e espiritual é o essencial.  Cuidar das pessoas com quem convivemos de alguma forma, lembrando que somos todos irmãos viajores na Terra hoje, com o mesmo objetivo de encontrarmos a felicidade possível, embora cada um busque um caminho, pois somos individualidade e é natural que seja assim. Mas podemos auxiliar ou sermos auxiliados para que esse caminho seja o mais firme, que busquemos a porta estreita que nos levará aos ensinamentos do nosso Mestre Maior.

Quando nós decidimos nos mudar de Cuiabá, alguns disseram, outros pensaram... “o que vão fazer longe da família? Deixando filhos, pais e demais familiares?”

É claro que tudo isso pesou na nossa decisão, mas por outro lado, o nosso planejamento, os cuidados que tomamos nos deixaram mais tranquilos. O que importa é o sentimento que deve haver em nós, são as nossas ações. A distância física dói, mas nunca estaremos longe mentalmente ou em pensamento, quando nos amamos. Orando e rogando ao PAI que lhes dessem a força necessária para continuarem suas jornadas.  Ficar perto ou longe é melhor ou pior? Depende do modo de ser de cada um. Ficar perto fisicamente e ao mesmo tempo longe em entendimento...convivência...sentimentos. Que é melhor?

Fiz muito do que podia para estar com meus pais, cuidando da forma que eles permitiam. Com certeza não fiz tudo, mas com certeza também, não foi totalmente por falta de vontade.

Por isso, afirmo que minha presença, ou não, fisicamente, não alterou o caminho de cada um daqueles que partiram.

Porém, digo à  aqueles que ainda estão com seus pais nessa vida, pais que ainda estão com seus filhos: qualquer que seja a relação com os outros irmãos que convivemos,  vamos aproveitar, curtir, amar, mas acima de tudo, demonstrar , seja através de palavras ou de ações verdadeiras, para que depois não fique o sentimento de dever não cumprido."

Noeme, 11 de fevereiro de 2014.