terça-feira, 11 de março de 2014

A necessidade de vivermos o Evangelho

O sentimento do amor deve ser cultivado para impregnar nossa alma e sensibilizar aqueles que conosco convivem

Diz-se que estamos vivendo o século do conhecimento, o século da tecnologia, entretanto, mais importante que as conquistas científicas de ordem material, ou as aquisições proporcionadas pelo avanço do conhecimento, precisamos igualmente fazer destes tempos o século do amor. Disse-nos Jesus que o segundo maior mandamento da lei divina é “Amai-vos uns aos outros”, e como a mensagem do Evangelho é a mensagem do amor, vivê-lo deve ser nossa prioridade, em regime de urgência.

O sentimento do amor deve ser cultivado para impregnar nossa alma e sensibilizar aqueles que conosco convivem, num contágio que a todos levará para o campo da sabedoria, onde colocaremos os instintos selvagens e egoístas que ainda nos caracterizam subordinados às virtudes da solidariedade, da fraternidade e da humildade.


Embora muitos digam não ser possível viver na mansuetude, porque seríamos hostilizados pela sociedade atual, a verdade é que o mundo clama por paz, por amor, por entendimento, somente encontrados nas sublimes lições do Evangelho. Que os homens de bem encham-se de fé e coragem, no cumprimento fiel de seus deveres para com Jesus, colocando-se acima de ironias e calúnias, dando o próprio exemplo de como é bom viver os ensinos da Boa Nova, assim como fizeram os primeiros cristãos, que mesmo perseguidos e violentados, mantiveram-se firmes na fé, o que proporcionou ao mundo o estabelecimento do Cristianismo.

Sabedores que a encarnação é transitória, que o corpo biológico um dia logrará o retorno de seus elementos constitutivos para a natureza, os espíritas devemos viver de tal modo a mensagem cristã, que no retorno ao mundo espiritual a consciência seja capaz de nos levar para o continente das bem-aventuranças, na expressão do Espírito Bezerra de Menezes, em mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco.

Jesus é nosso Mestre, sigamo-Lo. Sua mensagem está conosco há mais de dois mil anos, convidando-nos à realização da transformação moral de nós mesmos, único caminho para que a coletividade também se transforme, pois o contágio do exemplo é o mais forte que existe neste planeta. Eduquemo-nos para educar.
Tenhamos coragem para sermos bons e humildes. Isso não é um atestado de covardia, pelo contrário, é certificado de coragem moral, pois demonstraremos sermos possuidores da energia necessária para enfrentar a taça da amargura gerada pela incompreensão, sem reclamação, mas sim com resignação e perseverança na fidelidade à crença que nos distingue.

Como espíritas sabemos que o acaso não existe, que não estamos na posição em que nos encontramos por uma questão aleatória. Todos estamos na esteira da evolução, chegados ao momento de receber o convite redentor do Evangelho, convocando-nos à luta, mesmo que árdua, contra a impiedade, a violência, a sexolatria, a drogadição e outros males que ainda levam a humanidade a uma verdadeira loucura.
Asseverou Jesus: “Bem aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”. Nisso compreendemos que não são os violentos, nem os materialistas, que herdarão esta morada divina, mas sim os brandos e pacíficos.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo 9, item, 4, comenta Allan Kardec: “Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes”.

E complementa o entendimento no último parágrafo do item 5 desse mesmo capítulo: “Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no Céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.”

Temos necessidade urgente de vivenciar o Evangelho e, através da educação, preparar nossos filhos igualmente para essa vivência. Com o Evangelho encontramos a razão de viver no amor e na paz, visando um futuro mais promissor.

Somente o amor pode nos redimir de um passado delituoso. Somente o amor pode acabar com o egoísmo. Somente o amor pode garantir um futuro muito melhor.

Fiquemos com Jesus. Vivamos o Evangelho, vencendo a nós mesmos e ao mundo, e receberemos cem por um pelas sementes plantadas nos corações de nossos irmãos.

*Texto extraído do site O Clarim, por Marcus De Mario.