quinta-feira, 9 de abril de 2015

Médicos devem explorar espiritualidade dos pacientes nos tratamentos

Fé e saúde

Graças a demonstrações cada vez mais numerosas de que a espiritualidade e a religião influenciam a saúde, aos poucos a medicina começa a reatar laços com a espiritualidade, indo além da mera fisiologia.

Contudo, ainda são poucos os médicos que exploram as crenças sagradas de seus pacientes em benefício dos seus cuidados de saúde.

Fé, esperança e amor, por exemplo, valores fundamentais da grande maioria dos indivíduos, têm sido mantidos fora das fronteiras de ação da medicina ocidental, embora seja uma parte essencial da medicina tradicional chinesa e de várias linhas alternativas de tratamento.

Ao fazer isso, os médicos ocidentais podem estar deixando de explorar a maior fonte de resiliência dos seus pacientes, a chave para a solução de muitos problemas fisiológicos e psicológicos.


É o que defende a Dra. Helen Land, da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), em seu novo livro "Espiritualidade, Religião e Fé em Psicoterapia: Métodos para Mente, Cérebro e Corpo", ainda sem tradução em português.

Espiritual, não necessariamente religioso

"Estamos nos tornando cada vez mais uma sociedade secular, mas acho que essa ideia daquilo que as pessoas têm como sagrado, seja religioso ou não, sempre será importante," defende ela. "Todo mundo tem algum tipo de filosofia de vida, e ela não precisa ser ligada a uma divindade ou a uma religião organizada."

Segundo ela, embora a espiritualidade esteja encontrando seu caminho junto à prática clínica em um sentido geral, normalmente ela é vista como um elemento importante apenas para pacientes que lidam com traumas, mortes ou outras experiências difíceis.

Contudo, poucos médicos aprofundam-se verdadeiramente nas crenças sagradas de seus pacientes, explorando como essas crenças influenciam a sua capacidade de lidar com os problemas ou que, eventualmente, podem de fato estar causando esses problemas.

Ao envolver os aspectos criativos e intuitivos da mente na discussão dos seus males, os pacientes podem começar a desbloquear e processar memórias e experiências de trauma ou dor, defende ela.

Para convencer seus colegas mais conservadores, geralmente afeitos apenas aos aspectos fisiológicos do organismo, a Dra. Land discute detalhadamente as descobertas mais recentes sobre como a espiritualidade afeta processos físicos no nível neurobiológico, mostrando como a mente afeta o corpo diretamente, o que ajuda a explicar porque os novos métodos de tratamento que levam a espiritualidade em conta são tão eficazes.

*Notícia extraída do site Diário da Saúde