quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Drogas: será com palavras que as tornaremos úteis?

Novamente o tema da legalização das drogas no Brasil volta à pauta, desta vez por meio de um julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre o porte para consumo próprio.

Mas antes mesmo de se pensar em uma alternativa tão intrigante e polêmica como a legalização de drogas, perguntamos: será que já esgotamos o assunto? Será que a sociedade já fez tudo ao seu alcance para evitar que substâncias tão viciantes, tóxicas e prejudiciais sejam liberadas?

Logicamente que não, aliás, estamos longe disso. É Chico Xavier quem nos adverte: “A propaganda contra o uso de drogas tem de ser maciça – nos intervalos dos shows, nas partidas de futebol, nas missas, nas reuniões espíritas... De meia em meia hora, a televisão deveria combater o problema, o rádio, o jornal... Os livros escolares deveriam, no processo de alfabetização, já começar esclarecendo a criança contra o perigo das drogas – um vírus que tem matado mais gente que os agentes viróticos mais violentos.” (O Evangelho de Chico Xavier)


A questão é que educar dá trabalho, exige esforço, paciência, dedicação. E, infelizmente, muitas vezes se opta pelo “menor esforço”, em que é mais fácil fechar os olhos do que enfrentar o problema com responsabilidade.

Então vamos desistir? Vamos decretar a nossa falência como pais, educadores, professores, familiares, pessoas responsáveis, e liberar os nossos jovens para se atirar em abismos obscuros, muitas vezes sem volta? Vamos assistir a tudo isso passivamente? Onde está a nossa responsabilidade pela educação das nossas CRIANÇAS, pela instrução e oportunidade para os nossos jovens, pela recuperação e assistência aos que faliram? A sociedade somos todos nós e o problema é de todos. Vamos enfrentá-lo com as luzes do Cristianismo ou deixar que a sombra da ignorância e do descaso, do desleixo e do comodismo se apodere da situação, atirando os indivíduos nas profundezas sem fim? Será que já não é hora de assumirmos as nossas responsabilidades?

Quando nos conscientizaremos de que sem seriedade na educação de hoje não haverá presídios suficientes que suportem os crimes de amanhã?

Já é tempo de curarmos a nossa miopia para enxergar mais longe e constatar que ninguém é uma ilha, e que realmente só cresceremos e seremos felizes como sociedade, e, por isso mesmo, temos de arregaçar as mangas e trabalhar por ela.

Precisamos dar aos nossos jovens não liberação, mas responsabilidade. Não legalização, mas assistência e orientação. Ainda é Chico quem nos esclarece: “Se as drogas sempre foram prejudiciais até agora, será com palavras que vamos torná-las úteis?” (Lições de Sabedoria)

Temos, sim, é de dar segurança para o desenvolvimento e impulso às aptidões da nossa juventude, canalizando toda a energia criativa que lhe é peculiar para a solução de todas as questões, dentro dos caminhos do bem.

*Texto extraído do site Folha Espírita.